Embriologia I e II
- EMBRIOLOGIA I
1. Tipos de óvulos
Os ovos são classificados de acordo com a quantidade e distribuição do vitelo (reserva nutritiva), que garantem o desenvolvimento embrionário.
A partir desse componente de reserva, os óvulos podem ser:
A partir desse componente de reserva, os óvulos podem ser:
– Óvulos oligolécitos, isolécitos ou alécitos
Apresentam uma quantidade pequena de vitelo, que está distribuída de maneira uniforme pelo citoplasma. Ocorre nos espongiários, celenterados, equinodermas, protocordados e mamíferos.

– Óvulos heterolécitos, mediolécitos ou telolécitos incompletos.
Apresenta uma quantidade média de vitelo que está concentrada abundantemente no pólo vegetativo. Ocorre nos platielmintes, moluscos, anelídeos e anfíbios.

– Óvulos telolécitos completos ou megalécitos
Apresenta uma quantidade abundante de vitelo que ocupa praticamente todo o ovo, deixando o núcleo e o citoplasma numa pequena área do pólo animal, chamada cicatrícula ou disco germinativo.
Aparecem em cefalópodes, peixes, répteis e aves.
Aparecem em cefalópodes, peixes, répteis e aves.

– Óvulos centrolécitos
O ovo possui uma abundante reserva de vitelo na região central do ovo, em volta do núcleo. Ocorre nos artrópodes.

2. Segmentação ou clivagem
Segmentação ou clivagem consiste em sucessivas divisões do zigoto num determinado número de células chamadas blastômeros. O término da segmentação ocorre com a formação da blástula.
A quantidade de vitelo que o ovo apresenta determina o tipo de segmentação. Como o vitelo é uma substância inerte, quando este apresenta-se em excesso pode dificultar e até mesmo impedir a segmentação do ovo.
A quantidade de vitelo que o ovo apresenta determina o tipo de segmentação. Como o vitelo é uma substância inerte, quando este apresenta-se em excesso pode dificultar e até mesmo impedir a segmentação do ovo.
3. Segmentação holoblástica ou total
Aparecem nos ovos oligolécitos e mediolécitos, pois estes possuem uma quantidade pequena de vitelo, o que possibilita a segmentação completa do ovo.
Podem ser:
Podem ser:
Total e igual
É típica dos oligolécitos, pois a distribuição uniforme do vitelo possibilita a formação de 8 blastômeros de tamanhos iguais na terceira clivagem.
Total e desigual
Ocorre nos ovos mediolécitos, pois a distribuição irregular di vitelo no ovo possibilita a formação de 8 blastômeros de tamanhos diferentes.
Esse tipo de segmentação ocorre nos anfíbios.
Esse tipo de segmentação ocorre nos anfíbios.
Segmentação especial do ovo de mamíferos
O ligolécito é o tipo de ovo encontrado nos mamíferos. Este ovo está envolvido por uma densa membrana: a zona pelúcida. A segmentação é do tipo holoblástica, formando a mórula. Durante as divisões, a blástula é substituída pelo blastocisto, uma estrutura de forma esférica que envolve um conjunto de células e uma cavidade. A trofoderma, parede do blastocisto, formada por uma camada de células tem a função de obter nutrientes para o embrião. As células que encontram-se no interior do blastocisto forma a massa celular interna que formará o embrião.
4. Segmentação meroblástica ou parcial
Ocorre nos ovos do tipo megalécitos e centrolécitos, que apresentam o vitelo em abundância, dificultando a segmentação completa do ovo.
Pode ser:
Pode ser:
Meroblástica discoidal
Aparecem nos ovos megalécitos, atingindo apenas o disco germinativo (cicatrícula), ou seja, na área em que não há vitelo.
Este tipo de segmentação ocorre na evolução do ovo das aves e répteis.
Este tipo de segmentação ocorre na evolução do ovo das aves e répteis.
Meroblástica superficial
Aparecem nos ovos centrolécitos. O núcleo central passa por sucessivas divisões, e os núcleos resultantes deslocam para o citoplasma que envolve o vitelo, onde continuam a divisão constituindo um blastoderma ao redor do vitelo. Por isso, o nome superficial, pois as células embrionárias ficam situadas na superfície do ovo.
Este tipo de segmentação ocorre nos artrópodes.
Este tipo de segmentação ocorre nos artrópodes.
5. Gastrulação
O processo que forma a gástrula é denominado gastrulação. Tal processo consiste em transformações que ocorrem na blástula, formado a gástrula, que é caracterizada por ter duas camadas celulares.
No anfioxo, a gastrulação é do tipo embolia, que é simples e o tipo mais primitivo. Tal processo consiste no achatamento do pólo vegetativo, seguido da invaginação e profunda penetração na blastocela, até atingir o pólo animal. A blastocela vai desaparecendo gradualmente, e quando as duas camadas celulares se encostam forma-se uma dupla camada celular na gástrula, uma mais externa chamada ectoderma, e uma mais interna chamada mesentoderma. Essa última reveste o arquênteron, uma nova cavidade que é formada em conseqüência da invaginação. O blastóporo é um orifício, através do qual o arquênteron se comunica com o exterior.
No anfioxo, a gastrulação é do tipo embolia, que é simples e o tipo mais primitivo. Tal processo consiste no achatamento do pólo vegetativo, seguido da invaginação e profunda penetração na blastocela, até atingir o pólo animal. A blastocela vai desaparecendo gradualmente, e quando as duas camadas celulares se encostam forma-se uma dupla camada celular na gástrula, uma mais externa chamada ectoderma, e uma mais interna chamada mesentoderma. Essa última reveste o arquênteron, uma nova cavidade que é formada em conseqüência da invaginação. O blastóporo é um orifício, através do qual o arquênteron se comunica com o exterior.

6. Organogênese
Todos os tecidos presentes nos vertebrados adultos são formados a partir de três tipos de folhetos germinativos: endoderma, ectoderma e mesoderma. Cada um desses, durante o desenvolvimento embrionário, é responsável por uma genealogia de células especializadas quanto à forma e função.Os destinos finais (organogênese) desses folhetos germinativos, na formação dos tecidos e órgão humanos, são:
Ectoderma
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- Epiderme e anexos cutâneos (pêlos e glândulas mucosas);
- Todas as estruturas do sistema nervoso (encéfalo, nervos, gânglios nervosos e medula espinhal);
- Epitélio de revestimento das cavidades nasais, bucal e anal.
Mesoderma
- Forma a camada interna da pele (derme);
- Músculos lisos e esqueléticos;
- Sistema circulatório (coração, vasos sangüíneos, tecido linfático, tecido conjuntivo);
- Sistema esquelético (ossos e cartilagem);
- Sistema excretor e reprodutor (órgãos genitais, rins, uretra, bexiga e gônadas).
Endoderma
- Epitélio de revestimento e glândulas do trato digestivo, com exceção da cavidade oral e anal;
- Sistema respiratório (pulmão);
- Fígado e pâncreas.
Vesícula vitelina
Durante a evolução do grupo dos animais, os primeiros vertebrados que surgiram foram os peixes, grupo que possui como único anexo embrionário a vesícula vitelina.
Diferenciando-se a mesoderme e o tubo neural, parte dos folhetos germinativos desenvolvem-se formando uma membrana que envolve toda a gema, constituindo (membrana + gema) o saco vitelínico um anexo embrionário, que permanece ligado ao intestino do embrião. À medida que este se desenvolve, há o consumo do vitelo e, consequentemente, o saco vitelínico vai se reduzindo até desaparecer. É bem desenvolvida não somente em peixes, mas também em répteis e aves. Os mamíferos possuem vesícula vitelina reduzida, pois nesses animais como regra geral, os ovos são pobres em vitelo. A vesícula vitelina não tem, portanto, significado no processo de nutrição da maioria dos mamíferos.

Nos anfíbios, embora os ovos sejam ricos em vitelo, falta a vesícula vitelina típica. Nesses animais o vitelo encontra-se dentro de células grandes (macrômeros) não envoltas por membrana vitelina própria.
Âmnio e cório
O âmnio é uma membrana que envolve completamente o embrião, delimitando uma cavidade denominada cavidade amniótica. Essa cavidade contém o líquido amniótico, cujas funções são proteger o embrião contra choques mecânicos e dessecação. Ao final do desenvolvimento de répteis e aves, todo o líquido da cavidade amniótica foi absorvido pelo animal.
O cório ou serosa é uma membrana que envolve o embrião e todos os demais anexos embrionários. É o anexo embrionário mais externo ao corpo do embrião. Nos ovos de répteis e nos de aves, por exemplo, essa membrana fica sob a casca. Nesses animais, o cório, juntamente com o alantóide, participa dos processos de trocas gasosas entre o embrião e o meio externo.

Alantóide
A alantóide é um anexo que deriva da porção posterior do intestino do embrião. A função da alantóide nos répteis e nas aves é: transferir para o embrião as proteínas presentes na clara, transferir parte dos sais de cálcio, presentes na casca, para o embrião, que utilizará esses sais na formação de seu esqueleto, participar das trocas gasosas, o O2 passa da câmera de ar para o alantóide e deste para o embrião, enquanto o CO2 produzido percorre o caminho inverso, e armazenar excreta nitrogenada. A excreta nitrogenada eliminada por embriões desses animais é o ácido úrico, insolúvel em água e atóxico, podendo ser armazenado no interior do ovo sem contaminar o embrião.
Placenta
- Fornecer nutrientes e oxigênio ao bebê;
- Produção de hormônios;
- Proteção imunológica do bebê;
- Proteção do bebê contra impactos na barriga da mãe;
A placenta é um órgão que só existe durante a gestação e tem diversas funções, como aconchegar o bebê dentro do útero, transferir nutrientes e oxigênio do sangue da mãe para o bebê e secretar alguns hormônios fundamentais para esta fase. Entretanto, durante a gravidez podem ocorrer alterações indesejadas da placenta, trazendo riscos e complicações para a mãe e o bebê.
As funções da placenta são:
Além disso, a placenta elimina os resíduos que o bebê produz, como a urina.

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